Cultura da Participação
A vontade de participar, de sentir-se importante como indivíduo e como integrante de um grupo socialmente relevante, sempre existiu. A diferença é que as ferramentas de comunicação desenvolvidas no século XX não permitiam colaboração, mas estimulavam isolamento. As mídias sociais do século XXI tornaram-se o meio e representam a oportunidade para extravasar os velhos motivos que nos faz voltar a ter uma cultura participativa.
Quem abordou o assunto foi Clay Shirky (2010) na obra Cultura da Participação. Ele aponta que os espaços digitais interconectados em rede deram vazão a um “excedente cognitivo” antes desperdiçado. Com a utilização de ambientes colaborativos, os usuários se unem para alimentar uma rede de informações.
Shirky se refere também ao poder transformador de “um conjunto de opiniões compartilhadas numa comunidade a respeito de como se deve ser em relação ao seu trabalho e como se portar nas relações mútuas entre seus membros” (SHIRKY, 2011, p.129).
Afirma que as novas ferramentas digitais e interconectadas são facilitadores de um processo causador de novos comportamentos. Neste caso, aconteceria na internet a divulgação, interação e aprendizagem, com a possibilidade de todos participarem deste espaço virtual, produzindo e circulando cada vez mais informações.
Entretanto, Shirky não previu o mal uso das possibilidades participativas das mídias digitais, como vemos hoje com a proliferação de informações falsas e desinformação. Falaremos sobre isso no módulo Mídias Sociais.
Referência: SHIRKY, Clay. A cultura da participação: criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
Em 2011, Clay Shirky divulgava suas ideias sobre excedente cognitivo, tempo livre e motivações para participar em uma nova configuração midiática.
Estar nas redes sociais é uma escolha ou uma necessidade?
Neste vídeo, trazemos a discussão sobre como naturalizamos ações colaborativas, exemplo de como estamos integrados a uma cultura participativa.